sexta-feira, 11 de julho de 2008

Un soir...


Não sou apenas um humano, não sou apenas um homem... Não sou homem como Rousseu, tão pouco o camundongo de Dostoiévski, sou uma besta fera, um verdadeiro monstro enjaulado não sigo a razão prática, tão pouco a filosofia que me é tão esparsa. Mas não deixo de ser complexo, posso não ser o touro que diante um muro cede território, nem ser o camundongo que no subsolo se esconde, sou a fera que se exibe com pompa sem revelar dentes ou garras o silêncio é o maior dom daquele que sente.

Simplório é o homem que reage naturalmente e em sua vingança ignóbil tem seu gozo, também não é bom o ultrassensual que se reprime e se castiga por suas vergonhas, resgatando as ofensas ou inventando-as, o bom que sou é a fera que não se revela no todo, mas que segredos não esconde.

Dos homens descritos nas Memórias do Subsolo sou nenhum, sou um novo, não pela modernidade de ser, mas por reconhecer o ser e pelo compreender o deixar de ser como uma constância, sou o felino que devora a carne viva, que espreita na moita planejando matar, destruir, consumir.

"Sou um tigre Félix, sou um tigre."

Félix deve entender o que eu penso, sempre quieto, fitando mais a si mesmo que a mim, perdido em seu próprio reflexo, em sua própria existência paralela; quantos mundos poderiam existir se não todos aqueles que concebemos?

"Concepção, esta ai, uma palavra difícil".

Ah, só mais uma dose e volto para a face da realidade que menos gosto...


quarta-feira, 9 de julho de 2008

Saba

Vinde princesa de Sabá,
Venha com o rei se deitar.
Tomarei de teus lábios
O mais doce do manjar

Dentre seus lábios surge
Um belo botão em chamas,
Enebriante é teu perfume,
Convite ao delirio luxuriante.
Armadilha única das damas...

Ah Princesa!
Ah Princesa!
No desafio esta sua beleza!
Dos prazeres és princesa!