quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Epifania


Quem são meus irmãos?
Ora, não os tenho, sou Icarus, sou aquele que idealizou a primeira torre de Babel, pois bem.
Eis uma história, aqueles que conclamam como o único criou o homem por vontade, pela mesma vontade lhe concedeu o dominio sobre a terra e a deu a ordem de continuidade, mas eis que o homem tomou por sua força o conhecimento da razão, não impediu da mulher de tomar para si o fruto tocável, mas que não deveria ser consumido, e ainda por ventura tomou para si do mesmo fruto que conhecia a origem, o fim e tentado, não pela mulher, nem pela serpente, mas pelo arbitrio tomar parte do que faz aqueles que não são deuses semelhantes a Deus.
Sim o homem, teve a sua primeira Babel não em mim, tão pouco naqueles que vieram depois, mas em Adão, Ish, o primeiro a tomar por próprias forças e vontade para si uma parcela de divindade.
Não se trata de mero devaneio, pois sou Fausto, conheço, convivo, não invento, se achas que é balela, insanidade, julgas insano o que está escrito em Gênises, pois apos a criação foi ordenado que se protegesse a árvore que dava o fruto da vida eterna com querubins e espadas de fogo, pois o homem havia se aproximado demais de ser um semelhante a Deus.
Em muitos outros momentos o homem quis vislumbrar seu criador, sempre impedido, não foi só Adão, nam aqueles que construiram Babel, mas Moises, Davi, Salomão, buscaram e foram condenados, Davi foi o que mais se aproximou, mas fora proibido de construir até mesmo um templo.
Hoje conheci Caim, um jovem e belo moço, maculado com estranhas chagas que não tive a coragem de encarar, atravessou a minha existência, pude entender que um dia o homem entenderá que os anjos são meras manifestações de poder e o que o homem visualisa é o seu desejo, não a transfiguração de poder em algo concreto e tangível, mas sim o real desejo do homem, tocar a Deus e não apenas restar a destra de seu filho, mas efetivamente tocar as faces de Deus, o homem não quer mais se esticar para alcançar o fruto, ou construir torres para subir aos céus, mas se transifigurar em um ser alado a fim de alcançar, novamente, com as próprias forças uma proximidade maior com o divino.