quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Qui je suis? Je suis un garçon possédé par le démon, je suis le scorpion du désert...
Sou a sensibilidade de ser nas trevas a sobreviver, sou o sentido do caçador, a covardia da presa... Sou a intensidade perdida da "Lua dos caçadores", o cavalgar sobre a sombra de um sonho de liberdade atada por traumas incontidos.
Represento a existência de poder na arte me libertar, a Arte que a tudo e a todos liberta, do anjo ao demonio, da fera ao divino traço o meu contorno na liberdade da expressividade de uma arte incompreendida, endurecida por corações exatos, mecanicos...
A Morte me segue cabisbaixa pois a paixão é a vida explosiva de se poder ir alem do permitido, alem do proibido.
O Direito não cobre o que não compreende, a justiça não alcança a arte, com ela o mundo é injusto, com ela o mundo é só o mundo.
Elevo-me sobre um novo plano, o plano do artista, a capacidade de compreender e ir alem, desenvolver a verdade de ser humano.
Não há ameaça em meu mundo, em meu mundo há a esperança que por muitos foi perdida, o desespero de enxergar alem da carne, o terror de a alma atravessar.
Sou o escorpião sensivel aos movimentos de um agitado deserto, sinto minha presa, sinto meu caçador, todos estão diante de mim, em mim...

"As chamas de sua loucura gelam o meu coração." - Ismenia

Dizem que sou louco, mas antes de ser louco sou artista. Dizem que sou perverso, mas antes de ser perverso sou livre e na liberdade e na arte me espelho pois está nelas a essência do ser humano, ir alem da carcaça da carne, do limite da tecnica, da imprecisão do instrumento exato.
Eu vou para alem das estrelas em meus sonhos mais futeis, para alem do podre e desprezivel em meus pesadelos mais intimos...

domingo, 6 de janeiro de 2008

O estrangeiro (Lord Byron)

-"Acudiste ao reclamo, ó nobre velho!
De Alan vejo, porém, tremer a destra.
Eia! Do irmão morto bebe à memória!
Com o pulso mais seguro ergue essa taça!"

O rubor, que tingia as faces d´Alan,
Em lividez medonha converteu-se;
Gélidas bagas de um suro de morte
Por todo o corpo seu, a flux, escorrem.

Ergue, três vezes, o espumante copo,
Que não consegue aproximar dos lábios,
Pois viu, três vezes, do estrangeiro os olhos
Em cólera mortal nos seus cravados.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Lembranças


A Morte esta noite veio ter comigo, palavras que só um ser como ela pode ter, deitou-se ao meu lado e suaves sussurros me fez ver em noite quente o que só ela pode revelar. Assim disse a Morte: "Venho lembrar quem tu és, vim te lembrar também que eu sou.- suspiro- Sou aquela que te segue, com minha foice presa em seu calcanhar me guio em sentido contrário a vida caminhamos juntos, sempre estivemos juntos. Por seus meandros te seguirei, até que contemple a sua fonte e quando a rocha, ínfima, gotejante contemplar te arrebatarei para alem... -tomando o ar em volta de meu pescoço como se tomasse a própria vida- Alem das águas turvas da duvida de viver, alem das rochas da eterna ignorância. Serei eu aquela que irá lhe guiar, para a eternidade do momento, eternidade de seus últimos segundos, seu último suspiro. -após alguns segundos de deleite ao arranhar meu abdomem até o sangue fluir continuou enquanto esfregava seu traje de seda junto ao meu corpo- Ah! O deleite da eternidade pelos atos, pela história, quem alem de mim para eternizar os melhores momentos, os últimos sorrisos, risos, prazeres... o último gozo. Sou eu, a Morte que tu-passeando seus dedos em meus lábios-tens como teu espirito guia."

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008


Não havia mais dúvidas quanto ao destino de seus atos. Andava com passos largos e firmes, sem rodeios ou hesitações, agora era tudo ou nada. Não sabia se faria o certo, mas tinha consigo tudo que precisaria e mais uns extras para eventuais imprevistos. Cabeça baixa entrou sorrateiramente, ninguém por perto. Melhor assim.
O ar pesava, de certa forma podia sentir o cheiro que mais desejava, ah o sexo feminino, pode existir melhores lábios para serem beijados? Não chegou nem a olhar, sua mão foi mais rápida, a irracionalidade mais forte e em dois movimentos já arrancava o primeiro suspiro. Manipulava de forma quase grotesca seu único desejo doentio...
Aproveitou-a ao máximo, cada milímetro de pele, cada orifício, cada gemido, abusou-a. Sem pudor algum, nem limite, deu-lhe um prazer tremendo. Estavam sós e ele conseguiu ir além daquilo que queria, ficou louco, alucinado. Em um último momento de embriaguez, pegou a faca que trouxera e usou-a, pequenos cortes sangravam no corpo nu. Ele olhou-a extasiado, ela tremia de medo.
Era um tremor paralisante, ao mesmo tempo excitante, doente e delicioso. A cada novo corte se permitia a mais, não se saciava em apenas abri-la mais e mais, metia os dedos, o sexo a língua, penetrou-a em cada seio, pelo o que deveria ser o umbigo. Ah! Não, não pode se limitar, sou um artista, rasgou-a enfim do anus ao diafragma abrindo-a em uma gloriosa escultura como uma vaca pronta para o frigorífico, era sim. Não passava de uma vaca antes não deveria morrer de outra forma.
Divertiu-se horrores, estava todo sujo de sangue, gozo e saliva. A faca na mão, respiração ofegante, olhar vidrado, segurando um corpo despedaçado, sem nenhum sinal de vida. Parou de repente, olhou a cena toda, largou aquilo e correu no banheiro. Vomitou muito e depois tomou um banho demorado, não conseguia entender certos impulsos que tinha. Voltou à desordem e pegou suas coisas, saiu sem nem olhar pra trás.
Quando deu por si já estava correndo, mas afinal o que estou fazendo? Então diminuiu aos poucos tentando dirigir normalmente, absorto, movido por uma certa inércia delirante.
Aos poucos foi se afundando no banco, como se quisesse se esconder em algo, dentro do banco, dentro de si mesmo, louco! Louco, sim estava louco.
Porque, diabos, havia feito aquilo? Sadismo arrogante e prepotente, desejo mórbido e absurdo! Ele não tinha esse direito, o que ela fizera afinal? Nada! Acelerou o carro, fechou os olhos e indo de encontro a um muro distante, deixou-se levar. Provocou um barulho imenso, as pessoas olhando curiosas, aliviou sua culpa com a própria morte. Ou não...
Por Lee e B. Texto antigo.

Aos poucos língua descreve,
Desenhos úmidos, quentes.
Enquanto corre indecente,
Sangue o seio enrubrece.

Sangue vil e quente desce,
Conduzo pela língua ardente
Desce sempre insandescente,
Do seio a aureola enrijece.

A vontade encerra o verbo
Intensidade que escancara
O deleite libertino é certo.

Desenhos, indecente brilho,
Contornados pela língua,
Oh sangue! Guia do desvairo.