quarta-feira, 2 de janeiro de 2008


Não havia mais dúvidas quanto ao destino de seus atos. Andava com passos largos e firmes, sem rodeios ou hesitações, agora era tudo ou nada. Não sabia se faria o certo, mas tinha consigo tudo que precisaria e mais uns extras para eventuais imprevistos. Cabeça baixa entrou sorrateiramente, ninguém por perto. Melhor assim.
O ar pesava, de certa forma podia sentir o cheiro que mais desejava, ah o sexo feminino, pode existir melhores lábios para serem beijados? Não chegou nem a olhar, sua mão foi mais rápida, a irracionalidade mais forte e em dois movimentos já arrancava o primeiro suspiro. Manipulava de forma quase grotesca seu único desejo doentio...
Aproveitou-a ao máximo, cada milímetro de pele, cada orifício, cada gemido, abusou-a. Sem pudor algum, nem limite, deu-lhe um prazer tremendo. Estavam sós e ele conseguiu ir além daquilo que queria, ficou louco, alucinado. Em um último momento de embriaguez, pegou a faca que trouxera e usou-a, pequenos cortes sangravam no corpo nu. Ele olhou-a extasiado, ela tremia de medo.
Era um tremor paralisante, ao mesmo tempo excitante, doente e delicioso. A cada novo corte se permitia a mais, não se saciava em apenas abri-la mais e mais, metia os dedos, o sexo a língua, penetrou-a em cada seio, pelo o que deveria ser o umbigo. Ah! Não, não pode se limitar, sou um artista, rasgou-a enfim do anus ao diafragma abrindo-a em uma gloriosa escultura como uma vaca pronta para o frigorífico, era sim. Não passava de uma vaca antes não deveria morrer de outra forma.
Divertiu-se horrores, estava todo sujo de sangue, gozo e saliva. A faca na mão, respiração ofegante, olhar vidrado, segurando um corpo despedaçado, sem nenhum sinal de vida. Parou de repente, olhou a cena toda, largou aquilo e correu no banheiro. Vomitou muito e depois tomou um banho demorado, não conseguia entender certos impulsos que tinha. Voltou à desordem e pegou suas coisas, saiu sem nem olhar pra trás.
Quando deu por si já estava correndo, mas afinal o que estou fazendo? Então diminuiu aos poucos tentando dirigir normalmente, absorto, movido por uma certa inércia delirante.
Aos poucos foi se afundando no banco, como se quisesse se esconder em algo, dentro do banco, dentro de si mesmo, louco! Louco, sim estava louco.
Porque, diabos, havia feito aquilo? Sadismo arrogante e prepotente, desejo mórbido e absurdo! Ele não tinha esse direito, o que ela fizera afinal? Nada! Acelerou o carro, fechou os olhos e indo de encontro a um muro distante, deixou-se levar. Provocou um barulho imenso, as pessoas olhando curiosas, aliviou sua culpa com a própria morte. Ou não...
Por Lee e B. Texto antigo.

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