terça-feira, 4 de novembro de 2008

Timbre


Esse som, esse som... Sim é inconfundivel! Anos dedicados a arte, ao violino renderam talvez não um violinista, mas um homem com o ouvido bem desenvolvido. Ah, sim esse timbre, delicioso timbre do cristal retendo o bruto gelo e envolvendo o glorioso liquído castanho claro, de um perfume sem igual... Ah, bendito seja o malte!

Sim, ela passou por aqui, levou o que queria levar... O extase completo, perfeito, só se encerra quando os corpos se partem depois da explosão e então novamente se dividem, seguem seus caminhos e não olham para trás.

Assim é em tudo na natureza, tudo que é perfeito é descontinuo, parituclas se chocam, se unem e se dividem, formam novas fórmulas mas não deixam de ser o que são, podem tomar até novas orientações, mas em essência não mudam...

É bem certo que umas agregam a si outras menores, anteriores ou mais antigas, se tornando maiores, mais influêntes e talvez até mais inconstantes, mas é nessa inconstância que se desmpreende o brilho, a radiação e a energia única de um elemento radiotivo...

Sim, é o que ela é, destrutiva, poderosa...

"Ah! Esse timbre! Sim é o som do gelo batendo no cristal e eis que se torna completo o meu dia, em um fim mais que perfeito encerrado em uma bela dose de wisky e tomando continuidade noite a dentro em trabalhos exaustivos ao som de Sinfonie g-moll, KV 183.Ah! Que venha a doce morte com seu beijo cálido me elevar junto ao meu caro Mozart! Que a música inunde o ser para que ele de fato tome uma existência em si e deixe de ser por ser um lucro cessante quando morto para se tornar eterno em sua plenitude artistica!Um brinde! Um brinde as artes! Das mais finas as mais nefastas! Pois assim é a morte uma dama elegantemente devassa!"

Eis que apenas ele, Félix, sempre fiel em seu silêncio brinda com seu indefectivel miado, meu dia está enfim acabado!

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