terça-feira, 2 de setembro de 2008

Fleur

Ah! Foi-se o tempo das flores.
Foi-se o tempo das ramagens, da coragem, da liberdade... Vivemos presos a um vício doentio, nos consumimos...
A hora passa, o minuto passa, mas o segundo se prende, impregna, intoxica a mente a carne com seu fétido teor... O segundo que meus olhos cruzam com os teus... Não imaginas quanto desprezo por ti guardo!
Olho nos olhos...
"Ah, Luiza..."
Arte imita a vida, a vida se condensa na arte, mas eis que esta parte, se desprende da podridão do ser, se liberta da expressão ignóbil que é a existência humana e, então, transende... Uh.
"Félix, tenho de parar de me encarar por tanto tempo no vidro da janela..."
Quão não é tentador lançar este copo de wisky na cabeça de um ente qualquer, um transeunte mediocre que ri de si, ri dos outros, ri de feliz... Ri de uma felicidade fugaz, sem conteudo, sem razão.
"Fugaz..."
Ah! De que adianta? De nada valem esses seres que se dizem 'humanos'.

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